terça-feira, 2 de outubro de 2007

Acessibilidade web, Usabilidade, Teclado e Leitores de Tela.

"Nesse texto, procurarei dar uma noção, como pessoa com deficiência, do que seja a navegação via teclado e a lógica nela embutida, além de como funciona um ledor de tela*, para que os desenvolvedores de páginas da Web entendam, menos superficialmente, nossas dificuldades e facilidades no uso da internet.

No caso dos leitores de tela para deficientes visuais, as informações contidas na página não são exatamente obtidas pelo que aparece na tela, mas sim através do código por detrás dela e que a produziu. Se por acaso o código que está espelhando algo na tela for um código fechado, os leitores de tela serão incapazes de fazer a leitura. e, ao contrário, se for um código aberto, o máximo possível de informações poderão ser sonorizadas e funções existentes na página poderão ser executadas pelo teclado.

é bom observar que, entre os vários softwares para pessoas com deficiência, existem qualidades diferentes na capacidade dos mesmos para traduzirem os códigos em informação inteligível. Dessa forma, as regras internacionais de acessibilidade não se baseiam no que há de melhor nesses programas, mas em diretrizes de acessibilidade genéricas, que podem ou não serem aproveitadas por eles, dependendo da qualidade de cada um.

Assim, um mesmo código pode estar acessível para um software e inacessível para outro. Procurarei mostrar a acessibilidade que podemos fazer levando-se em conta as diretrizes gerais e internacionais de acessibilidade [ WCAG - WAI, W3Clink para um novo site ] e não a de um leitor de tela, linha Braille ou software de comando de voz específico, de maneira a ampliarmos o máximo possível o trabalho de acessibilidade, para que a maioria das pessoas o desfrute.

A acessibilidade de uma página, no caso de softwares específicos para pessoas com deficiência, porém, não descansa no fato de tais softwares ajudarem a navegar ou reproduzirem o que aparece na página, mas também na execução de tarefas disponíveis nela, mesmo porque, algumas pessoas com deficiência, não necessitam desses softwares, só se utilizando da navegação via teclado, oferecida por seus browsers.

Assim, o preenchimento de formulários, envio de e-mails, pesquisa por palavras, respostas a enquetes, e coisas do gênero, precisam ser executadas através desses mesmos softwares, como na simples navegação via teclado.

Por essa causa, dizemos que não basta incluirmos na codificação de uma página etiquetas e atributos que a torne acessível, mas penetrarmos também na lógica da utilização da navegação via teclado, para que a utilização da página fique fácil e confortável. Fazendo-se isso, o conceito de acessibilidade uni-se ao de usabilidade.

Se confeccionarmos páginas navegáveis via teclado pelas conseqüentes teclas de atalho, e se criarmos uma boa usabilidade das mesmas, atingiremos um percentual de acessibilidade bastante bom para a navegação por pessoas com deficiência, como cegos, tetraplégicos, alguns níveis de paralisia cerebral e outros, além de podermos deixar a navegação mais rápida, fácil e eficiente para todos, com o chamado desenho universal, o que inclui pessoas sem deficiências sensoriais, motoras ou cognitivas.

Se beneficiarão da acessibilidade e da usabilidade, pessoas consideradas usuárias comuns, além daquelas que, por alguma razão, estejam com uma conexão lenta, sem mouse ou com dificuldade de utilizá-lo, com telas pequenas, como nos celulares, etc, ficando as páginas além de mais fáceis de serem navegadas, também mais rápidas de serem carregadas. Isso se deve também ao fato de que, em acessibilidade, é sugerida a separação entre o conteúdo, a apresentação e estrutura da página.

Algumas deficiências exigem um nível diferenciado de acessibilidade, como é o exemplo de deficientes visuais, que necessitam de equivalentes textuais para as imagens, e os surdos, que exigem os mesmos equivalentes textuais, só que para o som. Como por exemplo, um aviso textual de que existe música de fundo em uma página, pois o surdo pode incomodar as pessoas em torno dele ao entrar numa página e não saber que está reproduzindo sons para todo o ambiente..."

*Fonte:MAQ - Marco Antonio de Queiroz.
Originalmente publicado na Bengala Legal para um novo site (Julho 2006)

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